Brasil terá primeira cooperativa de energia solar em favela do RJ

Rio de Janeiro – As comunidades da Babilônia e do Chapéu Mangueira, localizadas no Rio de Janeiro (RJ), serão as primeiras favelas brasileiras a implantar uma cooperativa de energia solar. O projeto está sendo desenvolvido pela ONG Revolusolar.

Segundo Eduardo Avila, diretor executivo da Revolusolar, este é um projeto piloto que deve se estender por todo o país. “Vai ser uma instalação de uma usina de 26 kWp no telhado da associação de moradores, que vai atender 30 famílias. É um projeto piloto porque entendemos a importância de validar as operações, a percepção das pessoas e moldar a forma de comunicação, para depois replicar. A implantação deve empregar cerca de dez pessoas, entre instaladores solares e embaixadores comunitários, sendo todos moradores da comunidade”.

A implantação da usina vai impactar positivamente as duas comunidades instaladas na capital carioca, já que a tarifa de energia no estado do Rio de Janeiro é uma das mais caras do país. E, segundo Avila, a concretização deste projeto está em sintonia com a realidade de quem mora em comunidades cariocas.

“Percebemos que essa solução de geração compartilhada resolve muitos dos problemas técnicos e econômicos que existem para expandir a solução. Além disso, harmoniza com este senso de comunidade, de cooperação, que é tradicional na favela. A LONGi e a GoodWe estão entrando como parceiras nesse projeto, doando os equipamentos e estamos planejando os próximos passos”, esclareceu Eduardo Avila, diretor executivo da Revolusolar.

Avila destaca também que a redução de custos de mais de 80% da energia fotovoltaica na última década e a sustentabilidade da fonte solar são os principais fatores que motivaram a realização deste e de outros projetos da Revolusolar.

“A ideia de que energia solar é coisa de rico é mito. Energia solar é uma ferramenta muito mais importante pra camada mais pobre. Enquanto a classe alta gasta cerca de 3% a 4% da renda com energia, a baixa renda chega a gastar 30% a 40%. Então, é uma ferramenta muito importante para a questão econômica, para reduzir despesas com energia”, ressalta Avila.

Cooperativa

Segundo a Revolusolar, o modelo adotado será o de Geração Compartilhada no formato cooperativa, onde a energia gerada pelo sistema solar será creditada aos moradores que forem cooperados. A ONG será a detentora do ativo e irá locar os equipamentos para a cooperativa, que vai pagar mensalmente um valor calculado em cima da taxa de manutenção dos cooperados com a cooperativa.

Eduardo explica como vai ser calculada o valor da taxa. “A cooperativa vai pagar esta locação do ativo para a Revolusolar, e os cooperados pagam para a cooperativa uma taxa de manutenção, que é de 50% das economias que eles tiveram na conta de luz. Exemplo, se uma pessoa economizou R$ 200 pelos créditos de energia, então ela vai pagar R$ 100 como taxa para a cooperativa e os outros R$ 100 ela vai ficar como economia líquida dela”, esclarece Avila.

Os recursos recebidos pela ONG por essa locação vão compor um Fundo Comunitário. Esses recursos serão utilizados para remunerar os trabalhadores locais que atuam no projeto, e financiar a expansão da usina de geração na comunidade.

Parceiros do projeto

O projeto tem a contribuição das empresas LONGi e GoodWe que vão doar os equipamentos necessários para a implantação da usina na comunidade. Além disso, conta com o apoio da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar) e do Canal Solar.

Segundo Nelson Falcão, vice-presidente de Cadeia Produtiva da Absolar, este tipo de projeto fortalece o setor solar, emprega e auxilia os que mais precisam. Falcão ainda destaca como tem sido a parceria firmada com a Revolusolar. “Temos estabelecido, dentro da Absolar, um processo de apoio a entidades como a Revolusolar, recentemente fizemos este acordo formalmente. E dessa forma, podemos expor essa iniciativas a todos nossos associados, gerando presença dessas entidades em grande shows, simpósios e congressos da área solar, para que eles tenham apoio financeiro, publicidade e apoio técnico”.

Para o diretor do Canal Solar, Bruno Kikumoto, este modelo de projeto é fundamental, pois dá evidência aos benefícios sociais proporcionados pela energia solar fotovoltaica. “Muitas discussões foram travadas, principalmente no processo de revisão da 482, onde por questões internas, o corpo técnico da Aneel decidiu não levar em consideração os benefícios sociais que a energia solar traz. O setor se movimentou, liderado pelas associações, e trouxe este ponto para uma discussão mais ampla, envolvendo os poderes Executivo e Legislativo, que se mostraram a favor de se considerar este benefício tão importante”.

Rafael Normanton, gerente de marketing da LONGi, destaca que a empresa está honrada em participar deste projeto. “A gente é apaixonado pelo projeto porque não é só lá e instalar a energia, você não está só entregando energia barata para a comunidade, é muito além disso.”, comenta Normanton.

Ele ainda destaca a atuação da Revolusolar em projetos educativos. “A parte educacional que o projeto traz às comunidades é um grande ganho. A energia solar tem uma característica muito marcante, que é o fato de você conseguir capacitar pessoas para trabalhar dentro da cadeia [produtiva] de uma maneira fácil”.

Já Sérgio Carvalho, gerente nacional da GoodWe Brasil, ressalta a sensibilidade do projeto como um todo. “Nós temos uma forte sensibilização pelo projeto. Estávamos procurando uma ação neste formato e este projeto caiu do céu, porque o objetivo sem dúvida alguma são os mais nobres”, comenta.

Para a implantação da usina, a GoodWe vai disponibilizar um inversor modelo GW20K-DT. Carvalho afirma que está ansioso para a concretização do projeto. “Eu vejo este projeto como algo extraordinário. Queremos ver este sistema funcionando logo, com a maior rapidez possível para que a gente possa replicar isso, porque essa é a filosofia da empresa”.

Captação de recursos

Empresas e pessoas que quiserem contribuir com este projeto, e outras ações da entidade, podem acessar a página de arrecadação de recursos da ONG clicando aqui. Uma campanha de financiamento coletivo deve ser lançada nas próximas semanas para auxiliar na realização da usina fotovoltaica.

Segundo Avila, os recursos da campanha de arrecadação de doações serão pra constituir a cooperativa, arcando com gastos administrativos, pessoal e de obras.

Com energia solar, atrativos turísticos preservam mais de 30 árvores por ano

Destinos quase obrigatórios no roteiro do turismo sul-mato-grossense, o Recanto Ecológico Rio da Prata, em Jardim, e a Estância Mimosa Ecoturismo, em Bonito, na intenção de adotar práticas para preservar a razão de existirem, o meio ambiente, inauguraram sistema de energia solar fotovoltaico. O impacto da iniciativa equivale a preservação de mais de 30 árvores por ano.

A inovação é uma alternativa auto sustentável que possibilita aos atrativos a geração de sua própria energia elétrica. Entre seus benefícios estão a redução de custo com a conta, contribuição ao meio ambiente e redução da emissão de poluentes, baixa manutenção e vida útil, retorno financeiro garantido e conexão à rede da concessionária de energia sem armazenamento de bateria.

De acordo com o proprietário do Grupo Rio da Prata, Eduardo Coelho, a iniciativa é mais um passo do Grupo Rio da Prata (formado pelo Recanto Ecológico Rio da Prata, Estância Mimosa Ecoturismo e Lagoa Misteriosa) em busca da sustentabilidade. “Instalar o sistema de energia solar fotovoltaico nos atrativos era um sonho antigo que agora se realizou”, pontuou.

O grupo planeja ainda, para breve, Outro sonho, transformar os veículos que conduzem os visitantes às atividades em elétricos. Instalar placas solares para serem carregados quando estiverem estacionados.

No Recanto Ecológico Rio da Prata, são 4 estruturas com 72 placas, somando 288 módulos com produção mensal de 12.060,00 kWh em uma área de 576 m², equivalente a 35 residências populares. Anualmente, o atrativo deixará de emitir 3.560,11 kg de dióxido de carbono (CO2), preservando 26 árvores.

Já na Estância Mimosa são 2 estruturas, cada uma com 30 placas, totalizando 60 módulos com produção mensal de 3.000,00 kWh em 120 m², equivalente a 9 casas populares. Em um ano, o empreendimento deixará de emitir 885,60 Kg de dióxido de carbono (CO2), com preservação de 7 árvores no processo.

A cidade de Jardim e Bonito, distante cerca de 260 quilômetros de Campo Grande, abrigam os principais atrativos ecológicos de Mato Grosso do Sul, como o Rio Formoso, a Gruta do Lago Azul e a Lagoa Misteriosa, localizada em Jardim.

Sustentável, energia solar diminui valor da fatura e ganha cada vez mais espaço

Segundo especialista, o investimento é recuperado em pouco tempo e quem adere à esta fonte de energia sustentável só tem vantagens.

A energia fotovoltaica, também conhecida como energia solar tem se popularizado no Brasil e Paranavaí não está fora desta rota. A cidade quente, que muitos dizem “ter um sol para cada um”, é o cenário ideal para a instalação das placas de energia, que capturam a matéria prima inesgotável e gratuita: a radiação solar.

Segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), desde 2012, os investimentos privados acumulados em sistemas fotovoltaicos nos telhados e em pequenos terrenos já ultrapassam R$ 13,8 bilhões no país. As residências brasileiras representam mais de 70% destas conexões, que somam mais de 228 mil sistemas fotovoltaicos distribuídos por mais de 80% dos municípios brasileiros.

Em Paranavaí, foi inaugurada no ano passado a Usina Fotovoltaica que abastece todos os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) do estado do Paraná. A usina conta com 6.200 placas solares para produzir 263 mil quilowatts/mês, ou seja,100% da energia dos tribunais. Uma economia de, aproximadamente, R$ 4 milhões por ano.

Usina Fotovoltaica de Paranavaí

E não é só isso, de lá para cá, muitos estabelecimentos comerciais e residências ganharam módulos fotovoltaicos, um deles foi o Premier Shopping Business, que instalou, no início deste ano, 128 painéis de energia solar, que vão produzir 6.100 quilowatts/mês.

De acordo com o engenheiro eletricista, Claudir Ghelere Junior, da BGE Energia, empresa responsável pelo projeto fotovoltaico do shopping, a economia será de cerca de R$ 4.800 por mês na fatura de energia do estabelecimento.

O especialista explica, que o investimento feito na instalação do sistema é recuperado em, aproximadamente, três anos e os equipamentos tem grande durabilidade. “O crescimento de energia solar é exponencial. De 2016 para cá, estudos mostram que cresceu de 200 a 300% os projetos dessa área, em nível de Brasil. O setor está muito aquecido”, ressalta.

Ele salienta ainda que, neste período de crise hídrica pelo qual o país passa, a utilização de radiação solar para geração de energia limpa poderia ser uma alternativa para amenizar o problema. “Se tivéssemos bastante recursos de energia solar, não haveria tanta preocupação com os níveis de hidroelétrica, que precisam de grande reserva de água. Além disso, não precisaria ativar as termoelétricas, que são as fontes de energia que mais poluem e aumentam a bandeira tarifária”, ressalta o engenheiro.

Ainda segundo o especialista, a utilização da energia solar só tem pontos positivos. “Tem a questão econômica, que é um retorno muito rápido, tem a questão de sustentabilidade, a liberdade, e outro ponto bem bacana, é a valorização do seu imóvel, que tem um sistema fotovoltaico, capaz de produzir sua própria energia”, finaliza.