RJ terá isenção de ICMS na geração distribuída

Investidores e consumidores de energia do Rio de Janeiro que possuem sistemas fotovoltaicos em geração distribuída (GD), terão isenção de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

A Lei 8.922/2020, que estabelece a isenção, foi sancionada pelo governador Wilson Witzel e publicada pelo Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (01) e valerá até 31 de dezembro de 2032.

Segundo a medida, a isenção se limitará aos consumidores que tiverem uma microgeração distribuída de energia elétrica solar fotovoltaica com potência instalada menor ou igual a 75 kW ou que tenham minigeração distribuída de energia elétrica solar fotovoltaica com potência instalada superior a 75 kW e menor ou igual a 5 MW, conectada na rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras.

A lei pode trazer incentivos para um crescimento da energia solar ainda maior do estado do Rio de Janeiro, que atualmente é o oitavo em potência instalada no Brasil, atraindo mais investimentos em projetos fotovoltaicos Além disso, segue o exemplo do estado com maior potência instalada atualmente, Minas Gerais, que já possui isenção de ICMS para GD.

Para Bernardo Marangon, especialista em regulação e análise de investimentos no setor elétrico, ressalta que a medida impactará positivamente o mercado no estado. “Esta lei é um grande passo para o estado do Rio de Janeiro. Certamente terá um grande impacto no incentivo destes tipos de projetos no estado. Considerando o ICMS da TUSD (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição), que não era compensado, o resultado de um projeto melhora cerca de 34%, certamente um aumento significativo. Esta medida também abre espaço para geração compartilhada, que em outros estados, com exceção de Minas Gerais, não compensam o ICMS da TUSD e ICMS da TE (Tarifa de Energia)”, destaca Marangon.

De acordo com a norma, a concessão do benefício correspondente à energia injetada na rede de distribuição somada aos créditos de energia ativa originados, no mesmo mês ou em meses anteriores, na própria unidade consumidora ou em outra unidade de mesma titularidade.

Atualmente, a isenção do tributo ocorre somente na parcela da TE, e passaria a ser válida para a parcela da TUSD. As isenções não se aplicam ao custo de disponibilidade, à energia reativa, à demanda de potência, aos encargos de conexão e a quaisquer outros valores cobrados pela distribuidora.

Bárbara Rubim, Vice-Presidente de Geração Distribuída do Conselho de Administração da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), esclarece que para ter efeito a “Lei precisa ser convalidada pelo Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária)”.

Segundo o deputado estadual André Ceciliano, autor da proposta, a Secretaria da Fazenda (Sefaz) terá que regulamentar como será o credenciamento, a forma de dispor do incentivo. Enfim, como efetivamente se dará o processo. “É muito importante criar condições para que o Rio de Janeiro possa investir em energias renováveis e como já existia lei neste sentido em Minas Gerais, utilizamos a possibilidade de colagem, prevista nas normas do Confaz. Essa é uma alternativa para ampliar esse tipo de investimento no estado do Rio de Janeiro, de forma competitiva”, explica.

Minas Gerais: Estado de referência
O deputado Ceciliano ainda destaca que a medida segue o exemplo de Minas Gerais e incentiva a energia sustentável no estado fluminense. “Foi verificado que o estado de Minas Gerais, através do Decreto 47.231/2017, concedeu este mesmo tipo de isenção que estamos propondo. Além disso, é indiscutível a importância da energia solar e a microgeração de energia fotovoltaica, por ser uma energia limpa”.

Ainda de acordo com o parlamentar, esse tipo de isenção está autorizada pela Lei Complementar Federal 160/17 e pelo Convênio ICMS 190/17.

Mais projetos e geração de empregos
O especialista Bernardo Marangon afirma que agora os dois estados estão um passo adiante das outras regiões do país. “O estado de Minas Gerais e Rio de Janeiro ficam a frente dos demais, pois a perda de receita referente a compensação de créditos é muito baixa em relação à arrecadação que vem por meio de outras fontes relacionadas a construção dos projetos”.

Marangon ainda ressalta o impacto positivo no mercado de trabalho. “Outro ponto importante é a geração de empregos e investimento no estado. Veremos um crescimento expressivo do número de projetos no Rio de Janeiro”, conclui.

Concluída usina solar fotovoltaica do HC-UFTM, a maior dos hospitais universitários federais

Previsão é economizar R$ 300 mil por ano em energia elétrica

Foi concluída nesta semana, a instalação da usina solar fotovoltaica no prédio do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), em operação parcial até então. Com o sistema integral em atividade, a previsão é economizar R$ 300 mil na conta de energia elétrica, anualmente.

A usina solar fornecerá o equivalente a 15% de consumo do prédio, estima o chefe do Setor de Infraestrutura Física do HC-UFTM, Wesley Amâncio de Melo. Para isso, foram implantadas 1.398 placas solares em 2.800 m² de área sobre o complexo hospitalar. Devido defeito, um dos 11 inversores de frequência deverá ser substituído nos próximos dias, quando o sistema funcionará em 100% da capacidade, esclarece Melo.

O engenheiro eletricista ressalta que o sistema de climatização da instituição – maior gasto na conta de energia – consome mais nos horários de calor intenso, quando a usina solar tem melhor desempenho. “Então a gente consegue reduzir os picos momentâneos de consumo”, relaciona.

Outros benefícios da energia solar são a redução da temperatura ambiente abaixo dos locais de instalação das placas e o alívio da carga de energia nas instalações elétricas, destaca o profissional. “Existe um impacto muito positivo à nível sociedade, que é a questão ambiental, porque a medida que eu uso a energia solar, na qual a produção não tem nenhum tipo de impacto ambiental, a gente evita que o Brasil, como um todo, tenha que ficar produzindo energia a partir das termelétricas, que queimam carvão, derivados de petróleo”, acrescenta Melo.

O investimento de R$ 1,7 milhão no projeto foi custeado pelo Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf). A licitação foi realizada em 2019, enquanto a instalação começou em fevereiro de 2020.

Em até seis anos, o custo deverá “se pagar”, prevê o chefe Setor de Infraestrutura Física, pontuando que a usina solar do HC-UFTM é a maior entre as dos hospitais universitários federais.

Energia solar pode gerar 11,6 milhões de empregos no mundo até 2030

Segundo novo estudo da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), as fontes renováveis podem criar 29,5 milhões de empregos em dez anos

O setor global de energias renováveis poderá alcançar a marca de 29,5 milhões de empregos no mundo até 2030, com políticas públicas de recuperação econômica e transição energética no pós-pandemia. Os dados são do novo estudo internacional da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) intitulado “The post-covid recovery: an agenda for resilience, development and equality”, divulgado no final de junho. Para a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), as fontes renováveis, em especial a solar fotovoltaica, têm demonstrado forte resiliência frente ao cenário atual e podem alavancar a retomada econômica nos países.

O relatório da IRENA aponta que investimentos em energias renováveis nos programas de estímulo e recuperação econômica poderão contribuir com a geração de 29,5 milhões de empregos até 2030. Deste total, a fonte solar lideraria em novos postos de trabalho, representando cerca de 11,6 milhões de empregos, ou seja, mais de 39% do total.

O estudo mostra, ainda, que o mundo poderá chegar a 100 milhões de novos trabalhadores no setor de energia até 2050, cerca de 40 milhões a mais do que hoje. Isso inclui até 42 milhões de empregos no segmento de renováveis, hoje com 11 milhões de empregos totais. Uma transição energética acelerada poderia adicionar 5,5 milhões de empregos a mais até 2023 do que o cenário de referência.

Segundo levantamento da ABSOLAR, o setor solar fotovoltaico brasileiro já gerou mais de 165 mil empregos desde 2012, espalhados por todas as regiões do País. Com 5,7 gigawatts (GW) de potência operacional total, somando a geração centralizada e os sistemas de pequeno e médio portes (geração distribuída), o setor trouxe mais de R$ 30 bilhões em novos investimentos privados ao Brasil.

Nos primeiros cinco meses de 2020, o setor criou mais de 37 mil empregos no País, mesmo com a queda da atividade econômica decorrente da pandemia da Covid-19. Somente em maio, foram gerados 7,2 mil postos de trabalho, trazendo R$ 1 bilhão em novos investimentos e uma arrecadação de mais de R$ 424,5 milhões aos cofres públicos.

“A resiliência, mesmo em períodos de crise, e o enorme potencial de atração de investimentos, geração de empregos e renda, fazem da fonte solar uma ferramenta estratégica para a sociedade no período pós-pandemia, ajudando a superar o atual cenário desafiador que o mundo enfrenta”, comenta o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia.

“A estratégia de recuperação econômica deve incluir iniciativas sustentáveis, pois é o momento de se investir em um futuro melhor. Políticas públicas e decisões acertadas de investimentos podem criar um ciclo virtuoso de desenvolvimento e, assim, viabilizar mudanças sistêmicas e transformações energéticas positivas no Brasil e no mundo”, acrescenta o presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk.

Brasil terá primeira cooperativa de energia solar em favela do RJ

Rio de Janeiro – As comunidades da Babilônia e do Chapéu Mangueira, localizadas no Rio de Janeiro (RJ), serão as primeiras favelas brasileiras a implantar uma cooperativa de energia solar. O projeto está sendo desenvolvido pela ONG Revolusolar.

Segundo Eduardo Avila, diretor executivo da Revolusolar, este é um projeto piloto que deve se estender por todo o país. “Vai ser uma instalação de uma usina de 26 kWp no telhado da associação de moradores, que vai atender 30 famílias. É um projeto piloto porque entendemos a importância de validar as operações, a percepção das pessoas e moldar a forma de comunicação, para depois replicar. A implantação deve empregar cerca de dez pessoas, entre instaladores solares e embaixadores comunitários, sendo todos moradores da comunidade”.

A implantação da usina vai impactar positivamente as duas comunidades instaladas na capital carioca, já que a tarifa de energia no estado do Rio de Janeiro é uma das mais caras do país. E, segundo Avila, a concretização deste projeto está em sintonia com a realidade de quem mora em comunidades cariocas.

“Percebemos que essa solução de geração compartilhada resolve muitos dos problemas técnicos e econômicos que existem para expandir a solução. Além disso, harmoniza com este senso de comunidade, de cooperação, que é tradicional na favela. A LONGi e a GoodWe estão entrando como parceiras nesse projeto, doando os equipamentos e estamos planejando os próximos passos”, esclareceu Eduardo Avila, diretor executivo da Revolusolar.

Avila destaca também que a redução de custos de mais de 80% da energia fotovoltaica na última década e a sustentabilidade da fonte solar são os principais fatores que motivaram a realização deste e de outros projetos da Revolusolar.

“A ideia de que energia solar é coisa de rico é mito. Energia solar é uma ferramenta muito mais importante pra camada mais pobre. Enquanto a classe alta gasta cerca de 3% a 4% da renda com energia, a baixa renda chega a gastar 30% a 40%. Então, é uma ferramenta muito importante para a questão econômica, para reduzir despesas com energia”, ressalta Avila.

Cooperativa

Segundo a Revolusolar, o modelo adotado será o de Geração Compartilhada no formato cooperativa, onde a energia gerada pelo sistema solar será creditada aos moradores que forem cooperados. A ONG será a detentora do ativo e irá locar os equipamentos para a cooperativa, que vai pagar mensalmente um valor calculado em cima da taxa de manutenção dos cooperados com a cooperativa.

Eduardo explica como vai ser calculada o valor da taxa. “A cooperativa vai pagar esta locação do ativo para a Revolusolar, e os cooperados pagam para a cooperativa uma taxa de manutenção, que é de 50% das economias que eles tiveram na conta de luz. Exemplo, se uma pessoa economizou R$ 200 pelos créditos de energia, então ela vai pagar R$ 100 como taxa para a cooperativa e os outros R$ 100 ela vai ficar como economia líquida dela”, esclarece Avila.

Os recursos recebidos pela ONG por essa locação vão compor um Fundo Comunitário. Esses recursos serão utilizados para remunerar os trabalhadores locais que atuam no projeto, e financiar a expansão da usina de geração na comunidade.

Parceiros do projeto

O projeto tem a contribuição das empresas LONGi e GoodWe que vão doar os equipamentos necessários para a implantação da usina na comunidade. Além disso, conta com o apoio da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar) e do Canal Solar.

Segundo Nelson Falcão, vice-presidente de Cadeia Produtiva da Absolar, este tipo de projeto fortalece o setor solar, emprega e auxilia os que mais precisam. Falcão ainda destaca como tem sido a parceria firmada com a Revolusolar. “Temos estabelecido, dentro da Absolar, um processo de apoio a entidades como a Revolusolar, recentemente fizemos este acordo formalmente. E dessa forma, podemos expor essa iniciativas a todos nossos associados, gerando presença dessas entidades em grande shows, simpósios e congressos da área solar, para que eles tenham apoio financeiro, publicidade e apoio técnico”.

Para o diretor do Canal Solar, Bruno Kikumoto, este modelo de projeto é fundamental, pois dá evidência aos benefícios sociais proporcionados pela energia solar fotovoltaica. “Muitas discussões foram travadas, principalmente no processo de revisão da 482, onde por questões internas, o corpo técnico da Aneel decidiu não levar em consideração os benefícios sociais que a energia solar traz. O setor se movimentou, liderado pelas associações, e trouxe este ponto para uma discussão mais ampla, envolvendo os poderes Executivo e Legislativo, que se mostraram a favor de se considerar este benefício tão importante”.

Rafael Normanton, gerente de marketing da LONGi, destaca que a empresa está honrada em participar deste projeto. “A gente é apaixonado pelo projeto porque não é só lá e instalar a energia, você não está só entregando energia barata para a comunidade, é muito além disso.”, comenta Normanton.

Ele ainda destaca a atuação da Revolusolar em projetos educativos. “A parte educacional que o projeto traz às comunidades é um grande ganho. A energia solar tem uma característica muito marcante, que é o fato de você conseguir capacitar pessoas para trabalhar dentro da cadeia [produtiva] de uma maneira fácil”.

Já Sérgio Carvalho, gerente nacional da GoodWe Brasil, ressalta a sensibilidade do projeto como um todo. “Nós temos uma forte sensibilização pelo projeto. Estávamos procurando uma ação neste formato e este projeto caiu do céu, porque o objetivo sem dúvida alguma são os mais nobres”, comenta.

Para a implantação da usina, a GoodWe vai disponibilizar um inversor modelo GW20K-DT. Carvalho afirma que está ansioso para a concretização do projeto. “Eu vejo este projeto como algo extraordinário. Queremos ver este sistema funcionando logo, com a maior rapidez possível para que a gente possa replicar isso, porque essa é a filosofia da empresa”.

Captação de recursos

Empresas e pessoas que quiserem contribuir com este projeto, e outras ações da entidade, podem acessar a página de arrecadação de recursos da ONG clicando aqui. Uma campanha de financiamento coletivo deve ser lançada nas próximas semanas para auxiliar na realização da usina fotovoltaica.

Segundo Avila, os recursos da campanha de arrecadação de doações serão pra constituir a cooperativa, arcando com gastos administrativos, pessoal e de obras.

Plano Safra incentiva energia solar

Setor de energia fotovoltáica se enquadra nos investimentos em inovação no campo

A geração de energia solar cresce no Brasil e já supera os 2 gigawats. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a fonte solar fotovoltaica representa 99,8% das instalações de geração distribuída do país, num total de 171 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede. Os investimentos em energia solar nas propriedades rurais já passam de R$ 1,7 bilhão no País. Os produtores rurais representam atualmente por 11,7% da potência instalada na geração distribuída a partir do sol no Brasil.

E esse setor pode crescer ainda mais. O Plano Safra 20/21 projeta cerca de R$ 2 bilhões para projetos de inovação deste segmento no meio rural. Trata-se de um aumento de 33,3% em relação ao período anterior.

O financiamento está disponível para produtores de todos os tamanhos e em todas as regiões do país. No campo a energia solar pode ajudar no funcionamento de diversas estruturas como irrigação, na refrigeração de carnes, leite e outros produtos, na regulação de temperatura para a produção de aves e frangos, na iluminação, em cercas elétricas, em sistemas de telecomunicação, no monitoramento da propriedade rural, substituindo os custos com energia elétrica. O sistema funcina ligado na rede ou totalmente sem eletricidade.

Solar tem R$ 6 bilhões em investimentos entre janeiro e maio

Fonte possui a maior previsão de expansão, com
9.598 MW de potência a ser instalada no país até 2024

Os investimentos privados em energia solar fotovoltaica no país chegaram a quase R$ 6 bilhões nos primeiros cinco meses deste ano, segundo levantamento da Absolar. Esses investimentos geraram mais de R$ 2 bilhões em arrecadação para os cofres públicos.

No período, o setor adicionou 1.236,6 MW em capacidade instalada, o que representa um crescimento de 27,3% frente ao histórico consolidado até o final de 2019.

A solar é a fonte com a maior previsão de expansão, são 9.598 MW de potência a ser instalada até 2024 em 237 usinas, segundo dados da Aneel. Atualmente, há 5.879 MW de capacidade solar em operação, contando geração distribuída e centralizada.

Energia solar cresce na pandemia e gera 37 mil empregos

De janeiro a maio, o setor fotovoltaico adicionou 1.236 MW de capacidade, o suficiente para abastecer quase 5 mil residências

Entre janeiro e maio deste ano, a energia solar ganhou uma capacidade adicional de 1.236 MW, o suficiente para abastecer cerca de 4.800 residências. O resultado representa um crescimento de 27% na capacidade instalada, em relação ao consolidado do ano passado. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

A fonte fotovoltaica acumula 5,7 GW de potência operacional. Essa capacidade se divide entre os sistemas centralizados, que são as grandes usinas, e os pequenos projetos residenciais e comerciais, modalidade conhecida como geração distribuída. A geração centralizada é ligeiramente maior do que a distribuída, porém, no ano passado, o segmento residencial foi o que mais cresceu.

Esse setor é um grande gerador de empregos. Desde 2012, foram criados 165 mil empregos na cadeia de geração solar. Nos primeiros cinco meses deste ano, mais de 37 mil trabalhadores foram empregados na indústria. Mesmo com a pandemia, a abertura de vagas continuou. Somente em maio, o setor adicionou 7,2 mil empregos, afirma a absolar.

Para o presidente do conselho da entidade, Ronaldo Koloszuk, a energia solar se apresenta como uma “alavanca poderosa” para reaquecer a economia. “No Brasil, durante a crise dos anos de 2015 e 2016, o PIB caiu mais de 3% ao ano. Enquanto isso, o setor fotovoltaico cresceu mais de 100%”, diz Koloszuk.

Em termos de investimentos, este ano, o setor atraiu 6 bilhões de reais em investimentos privados. Desde 2012, são mais de 30 bilhões de reais aportados em projetos de geração fotovoltaica.

Globalmente, a energia solar liderou o crescimento da capacidade instalada de energias renováveis, em 2019. Foram adicionados 115 GW de potência, o que representa um acréscimo de 22,5%. Ao todo, a capacidade instalada das energias renováveis, incluindo solar, eólica e biomassa, aumentou em 200 GW. A China é o país que mais gera energia limpa, com 789 GW, seguida dos Estados Unidos, com 282. O Brasil, que gerou, no ano passado, 144 GW, é o quarto no ranking.

Com energia solar, atrativos turísticos preservam mais de 30 árvores por ano

Destinos quase obrigatórios no roteiro do turismo sul-mato-grossense, o Recanto Ecológico Rio da Prata, em Jardim, e a Estância Mimosa Ecoturismo, em Bonito, na intenção de adotar práticas para preservar a razão de existirem, o meio ambiente, inauguraram sistema de energia solar fotovoltaico. O impacto da iniciativa equivale a preservação de mais de 30 árvores por ano.

A inovação é uma alternativa auto sustentável que possibilita aos atrativos a geração de sua própria energia elétrica. Entre seus benefícios estão a redução de custo com a conta, contribuição ao meio ambiente e redução da emissão de poluentes, baixa manutenção e vida útil, retorno financeiro garantido e conexão à rede da concessionária de energia sem armazenamento de bateria.

De acordo com o proprietário do Grupo Rio da Prata, Eduardo Coelho, a iniciativa é mais um passo do Grupo Rio da Prata (formado pelo Recanto Ecológico Rio da Prata, Estância Mimosa Ecoturismo e Lagoa Misteriosa) em busca da sustentabilidade. “Instalar o sistema de energia solar fotovoltaico nos atrativos era um sonho antigo que agora se realizou”, pontuou.

O grupo planeja ainda, para breve, Outro sonho, transformar os veículos que conduzem os visitantes às atividades em elétricos. Instalar placas solares para serem carregados quando estiverem estacionados.

No Recanto Ecológico Rio da Prata, são 4 estruturas com 72 placas, somando 288 módulos com produção mensal de 12.060,00 kWh em uma área de 576 m², equivalente a 35 residências populares. Anualmente, o atrativo deixará de emitir 3.560,11 kg de dióxido de carbono (CO2), preservando 26 árvores.

Já na Estância Mimosa são 2 estruturas, cada uma com 30 placas, totalizando 60 módulos com produção mensal de 3.000,00 kWh em 120 m², equivalente a 9 casas populares. Em um ano, o empreendimento deixará de emitir 885,60 Kg de dióxido de carbono (CO2), com preservação de 7 árvores no processo.

A cidade de Jardim e Bonito, distante cerca de 260 quilômetros de Campo Grande, abrigam os principais atrativos ecológicos de Mato Grosso do Sul, como o Rio Formoso, a Gruta do Lago Azul e a Lagoa Misteriosa, localizada em Jardim.

Energia solar cresce 22,5% no mundo

Segundo novo relatório internacional da REN 21, a capacidade instalada de energias renováveis cresceu mais de 200 mil megawatts em 2019, fortemente impulsionada pela energia solar

A fonte solar fotovoltaica liderou o crescimento da capacidade instalada de energias renováveis no mundo em 2019, com o acréscimo de 115 gigawatts, representando um crescimento anual de 22,5%. Os dados são do relatório internacional Renewables Global Status Report, de autoria da REN21. Para a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), que contribuiu com a revisão técnica dos dados brasileiros, o Brasil assume maior protagonismo no crescimento da tecnologia fotovoltaica, com uma adição de 2,1 gigawatts (GW) em 2019, atingindo uma potência acumulada de 4,5 GW e investimentos que ultrapassaram R$ 24 bilhões ao final daquele ano. Os dados brasileiros incluem as usinas solares de grande porte e os sistemas distribuídos de pequeno e médio portes, em telhados e fachadas de edifícios e em pequenos terrenos.

O novo estudo, divulgado globalmente hoje, revelou que a capacidade instalada global das energias renováveis cresceu mais de 200 GW em 2019, liderada pela fonte solar fotovoltaica, que representou 57,5% desse montante, seguida da fonte eólica, com 60 GW e 30% de participação, e a fonte hidrelétrica, com 18 GW e 8% de participação.

O aumento observado em 2019 foi 12% maior em comparação ao ano de 2018, atingindo uma capacidade instalada acumulada de 627 GW, segundo o relatório. O Brasil liderou o crescimento da energia solar fotovoltaica na América Latina, adicionando 2,1 GW no ano, seguido por Argentina e México. “O crescimento da energia solar fotovoltaica em 2019 bateu novo recorde e foi o maior de toda a série histórica. Isso demonstra o enorme potencial da tecnologia na expansão renovável, diversificação e descarbonização das matrizes elétricas ao redor do mundo, especialmente no Brasil, país com um imenso recurso solar”, destaca o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia.

No cenário internacional, a China manteve a liderança mundial no avanço das energias renováveis na matriz elétrica. Somando as fontes solar, eólica, biomassa e hídrica, a China, atingiu 789 GW de capacidade instalada acumulada, seguida pelos Estados Unidos, com 282 GW. O Brasil ficou em terceiro lugar no ranking mundial, com 144 GW em capacidade instalada total. Completando o top 5, aparecem a Índia, com 137 GW e a Alemanha, com 124 GW.

Segundo a ABSOLAR, em 2019 foram adicionados 650 MW em usinas solares fotovoltaicas de grande porte. Os Leilões de Energia Nova, realizados pelo Governo Federal, tiveram a solar fotovoltaica como a fonte mais competitiva, registrando preços médios de US$ 17,62 (R$ 67,48) e US$ 20,33 (R$ 84,39) por MWh nos leilões A-4 e A-6, respectivamente.

Os sistemas solares de pequeno e médio portes de geração distribuída, por outro lado, foram os que mais cresceram no ano, adicionando 1,4 GW. “A energia solar na geração distribuída tem sido, nos últimos anos, uma forte locomotiva de crescimento econômico ao Brasil, com muitos investimentos e empregos gerados, além da grande contribuição para tornar a sociedade cada vez mais sustentável e competitiva”, ressalta o presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk.

“A solar fotovoltaica foi a fonte com a maior taxa de crescimento na matriz elétrica brasileira em 2019, atingindo um aumento de 88%, contra 7% da eólica e 5% da hidrelétrica. Também foi a segunda fonte com maior capacidade instalada adicionada na matriz elétrica no ano, com 2,1 GW, ficando atrás apenas da hidrelétrica, com adição de 4,9 GW”, conclui Koloszuk.

Maior usina fotovoltaica do Brasil será construída em MG

Minas Gerais deve tomar a dianteira no segmento de geração centralizada de energia fotovoltaica. Isso porque em Jaíba, no Norte do estado, foi anunciada a implementação de uma usina de energia solar que terá capacidade total instalada de 1.357 MW, tornando-se assim o maior projeto fotovoltaico do Brasil.

A usina começa a ser construída no segundo semestre de 2020 e conta um investimento no valor de R$ 6 bilhões.

Segundo a ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), com potência de 755 MW instalados e em construção, o estado de Minas Gerais é o quarto maior gerador do país, ficando atrás apenas de Piauí , Ceará e da Bahia.

Na geração distribuída, instalada em residências, condomínios, indústrias, comércio, propriedades rurais e prédios públicos, MG já é líder, com potência de 512 MW. Isso corresponde a 19% de toda a energia fotovoltaica desse tipo no Brasil.

Sul do Brasil recebe maior usina solar em telhado

Investindo em uma expansão sustentável, a Intelbras, indústria brasileira desenvolvedora de soluções tecnológicas, inaugurou sua nova filial em São José (RS), cidade onde também fica a sede da empresa. O destaque da obra é a construção de uma usina fotovoltaica instalada no teto do pavilhão, com uma geração elétrica estimada para 1.739 MW/h para este ano.

A nova fábrica possui 46 mil m², o dobro da área da matriz, e conta com 8.238 m² de cobertura de filtros e painéis solares instalados, tornando-se, segundo órgãos como CELESC (Centrais Elétricas de Santa Catarina) e ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), a maior usina fotovoltaica em telhado no Sul do país.

Para se ter uma ideia da geração de energia realizada, a estrutura tem capacidade para abastecer, por exemplo, 725 casas populares com um consumo médio de 200 kW/h/mês por residência. Ao todo, são mais de 4 mil módulos fotovoltaicos instalados.